A maioria das pessoas associa as múmias à cultura egípcia e aos complexos métodos de mumificação projetados para preencher a lacuna entre a vida e a morte, resultando na preservação do corpo.
Embora a maioria das múmias descobertas hoje seja o resultado desse procedimento, houve casos raros em que um corpo mumificado é o resultado da preservação natural e não da preservação intencional.
Em 2011, trabalhadores rodoviários chineses descobriram os restos mortais extremamente bem preservados de uma mulher que remonta a 700 anos da Dinastia Ming. Esta descoberta lança luz sobre o modo de vida da Dinastia Ming, ao mesmo tempo em que levanta inúmeras questões intrigantes. Quem era essa senhora? E como ela sobreviveu tão bem ao longo dos séculos?
A descoberta da múmia chinesa foi bastante surpreendente. Trabalhadores da estrada estavam limpando a área para expandir uma estrada em Taizhou, província de Jiangsu, leste da China. Este processo exigiu muitos metros de escavação na terra. Eles estavam escavando cerca de um metro e oitenta abaixo da superfície quando encontraram um item maciço e sólido.
Eles imediatamente perceberam que poderia ser um grande achado e pediram a ajuda de uma equipe de arqueólogos do Museu de Taizhou para cavar o local. Eles logo deduziram que este era um túmulo e descobriram um caixão de três camadas dentro. Quando os arqueólogos abriram o caixão principal, descobriram camadas de seda e linho revestidas de um líquido escuro.
Eles descobriram o corpo incrivelmente preservado de uma mulher quando espiaram sob os lençóis. Seu corpo, cabelo, pele, roupas e joias estavam praticamente intactos. Suas sobrancelhas e cílios, por exemplo, ainda estavam maravilhosamente intactos.
Os pesquisadores não foram capazes de determinar a idade exata do corpo. Acredita-se que a senhora tenha vivido entre 1368 e 1644, durante a Dinastia Ming. Isso significa que o corpo da mulher pode ter 700 anos se remontar ao início da dinastia.
A mulher usava roupas clássicas da Dinastia Ming e estava adornada com várias peças de joalheria, incluindo um lindo anel verde. Supõe-se que ela era uma civil de alto escalão com base em suas jóias e nas sedas ricas em que estava embrulhada.
Havia outros ossos, cerâmica, textos antigos e outras antiguidades no caixão. Os arqueólogos que desenterraram o caixão não tinham certeza se o líquido marrom dentro do caixão foi propositalmente utilizado para preservar o falecido ou se era simplesmente água subterrânea que havia se infiltrado no caixão.
No entanto, outros estudiosos acreditam que os restos mortais foram preservados porque foram enterrados no ambiente adequado. As bactérias não podem prosperar na água se a temperatura e os níveis de oxigênio estiverem precisamente corretos, e a decomposição pode ser retardada ou interrompida.
Esta descoberta dá aos acadêmicos uma visão de perto das tradições da Dinastia Ming. Eles podem ver as roupas e jóias que as pessoas usavam, bem como algumas das antiguidades que eram utilizadas na época. Isso pode ajudar a responder a muitas perguntas sobre os estilos de vida, tradições e atividades cotidianas das pessoas no período.
A descoberta levantou inúmeras novas preocupações sobre as condições que levaram à preservação extraordinária de seu corpo ao longo de centenas de anos. Há também dúvidas sobre quem era essa senhora, que função ela tinha na sociedade, como ela morreu e se alguma de sua preservação foi feita de propósito.
Muitas dessas questões podem nunca ser respondidas devido à natureza isolada dessa descoberta, pois pode ser impossível oferecer tais respostas com apenas um conjunto de ossos. Se descobertas comparáveis forem descobertas no futuro, elas podem dar as respostas para essas e outras preocupações sobre essa mulher – a múmia acidental.